Esse é o resultado da oficina que dei no bistrot OTTO no sábado, dia 06/03, com apoio da loja de garimpos Freddiegrace. Agradeço a todos pela oportunidade. A oficina será dada de novo dia 27 de março. Entrem em contato pelo email: alicemaravilha@gmail.com
Quem é Alice para você? era a pergunta que devia ser respondida através de uma colagem, que por sua estrutura fragmentada e múltipla, aponta para uma identidade em fluxo e transformação. Alice não sabe mais quem é depois de ter se transformado tantas vezes naquele dia. Também nos sentimos assim no mundo contemporâneo.
Para dar suporte teórico e imagético para o trabalho, mostrei inicialmente uma amplo repertório de imagens sobre Alice na arte e na ilustração, da Inglaterra vitoriana aos nossos dias.
Boa viagem...
"Antes:
Durante muito tempo eu confundia, misturava Alice com o mágico de Oz. Acho que devido ao fato de ambas as estórias terem duas meninas buscando respostas infinitas em um mundo paralelo.
Não sei ao certo quem é Alice ou o que ela de fato representa para mim. Mas acho que a capacidade de gerar cada vez mais perguntas ao invés de ficar buscando respostas talvez seja o maior legado que a menina tenha deixado para mim.
Depois:
Minha idéia foi transportar Alice para o Brasil. Para começar, ela não seria uma menina ingênua. Seria uma cachorra siliconada em busca de 5 minutos de fama.
No lugar do chapeleiro, toparia com o Sílvio Santos. Não veria lagarta nenhuma, mas um bando de pássaros exóticos e um estilista de moda frenético por lançar sua nova coleção, contando os segundos do relógio. E, com certeza, não seria decapitada, mas vítima de uma inocente bala perdida."
"Alice para mim é você."
"A contração do que é real para o imaginário. Mas para não ficarmos apenas no país da imaginação é necessário concentração."
"Alice desperta reações e as interpreta de acordo com suas fraquezas e complexos, quando na verdade ela surge como o sol no país das maravilhas iluminando as imperfeições dos seus habitantes."
"Alice é um ser e uma obra original que permite nos relacionar pessoalmente de diferentes formas."
"Antes:
Minha Alice é uma moça, que mora sozinha, em uma cidade que não é a dela e que persegue um coelho, com o qual ela se identifica totalmente, por que ele está sempre atrasado nesse mundaréu que é São Paulo. Ela não sabe bem o que procura, se sente grande e pequenininha, se engasga em seu próprio sonho, ou nas frustrações, que viram lágrimas, de vez em quando.
Depois:
Minha Alice se manteve desesperada, apressada, mas agora não se debulhou em lágrimas. Encontrou Bosch e seu jardim hedonista, cheio de lagartas sedutoras. Dessa forma, Alice cresceu, mas os pesadelos também. Alice sonha com o coelho buzinando em sua orelha, lembrando-na que ela está, mais uma vez, atrasada. A paulista é o fundo desta colagem não por acaso. Este é o epicentro de sua epopéia. Seu "marco zero" e seu sonho, junto com os preedios do seu mundo idealizado."
Quando penso em Alice, me deparo com vários adjetivos: curiosa, viva, apressada. Alice parece não ter tempo de olhar para tudo que pode ser observado. Há muitas coisas para se conhecer. E há poucas respostas para tantas perguntas. Há muitas coisas estranhas que não conseguimos compreender. Por isso elas são estranhas. Mas o estranho é amigo de Alice. Para ela não há como retroceder. There is no turning back. E ela continua sempre.
oiioio adorei as colagens.. uma mais linda q a outra... Vamos continuar viajando pelo mundo de ALice.. super bjo.... ;)
ResponderExcluir